O termo “pré-diabetes” significa alterações na glicemia (açúcar no sangue) que não atingem valores para um diagnóstico de diabetes. Essa condição é tratada principalmente com dieta e atividade física, mas em alguns casos é recomendado o uso de medicamentos em doses menores para prevenir a evolução para o diabetes franco. Porém a indicação de tratamento medicamentoso ainda gera controvérsias.
O termo pré-diabetes passou a ser usado pela ADA (Associação Americana de diabetes) em 2009 no lugar de termos como “glicemia de jejum alterada” e “tolerância à glicose diminuída”. Isso gerou milhares de novos pacientes, que antes eram considerados pessoas saudáveis e agora teriam o diagnóstico de pré-diabetes. A justificativa foi a idéia de que essas alterações representam um alto risco de evolução para o diabetes propriamente dito.
Esse termo acaba gerando uma falsa sensação de urgência sobre seus riscos para saúde, dando a impressão de que todos irão evoluir para diabetes, o que não é verdade.
No passado acreditavam que 15 a 30% das pessoas com pré-diabetes evoluíam para diabetes em 5 anos. Hoje já se sabe que esse número é menor, com uma taxa de progressão de 2% ao ano ou de 10% em 5 anos. Ou seja, a maioria não se tornará diabético.
Isso gera milhares de pacientes que passam a fazer exames mais frequentes e tomar medicamentos contínuos, sem uma real comprovação de benefício. Não foi comprovado que há menos complicações decorrentes do diabetes a longo prazo, quando se inicia o tratamento medicamentoso nessa fase.
Há muitos medicamentos com indicação em bula e com estudos mostrando melhora quando usado no pré-diabetes. Mas os maiores estudos mostram que as mudanças do estilo de vida são mais eficazes do que medicamentos.
Se a intenção é prevenir, o foco deve ser na mudança do estilo de vida, dieta específica e exercícios físicos, isso sim previne o diabetes. Para os sedentários, 150 minutos de atividade física por semana já promove benefícios. Para quem já pratica alguma atividade, uma meta de 240 minutos por semana é o mínimo. A dieta para prevenção do diabetes deve ser restrita em açúcares e farinhas refinadas. O consumo de carboidratos (pães, massa, arroz, biscoito) deve ser reduzido e deve-se dar preferência aos alimentos integrais.
Muitas vezes o paciente recebe a prescrição do medicamento e então acredita que não precisa mudar seus hábitos porque afinal já está tomando o remédio que vai resolver.
A Organização Mundial de Saúde, diferente da ADA, não enfatiza o termo pré-diabetes e aconselha o tratamento apenas quando os níveis de açúcar se aproximem do diabetes franco. Cabe o bom senso de cada profissional no momento da decisão e, principalmente, focar nas orientações de mudança do estilo de vida antes de rotular e medicar o paciente.
Endocrinologista
- Médica - Endocrinologista pelo Hospital da Beneficência Portuguesa de São Paulo - Complementação em Endocrinologia no Hospital das Clínicas da USP - Título de Especialista em Endocrinologia pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia - Residência de Clínica Médica no IAMSPE - Pós Graduação em Nutrologia - ABRAN Página Facebook: Dra. Andrea Moreira Consultório no Campo Belo Medical Center Av. Vereador José Diniz 3457 Conjunto 1411 São Paulo Contato: 1155311712 / 11995077071
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