As decisão de qual método utilizar para evitar a gestação, deve ser tomada pela paciente e seu médico. Cabe ao médico explicar as opções e avaliar as condições clínicas e restrições de cada paciente e devem, junto, levar em conta diversos fatores para essa escolha.
As pílulas orais são um método eficaz e relativamente barato e disponível. Mas sabemos hoje que elas apresentam alguns riscos e efeitos colaterais. Mesmo com doses menores e hormônios mais naturais e com moléculas muito semelhantes àquelas que produzimos naturalmente no nosso organismo, ainda assim se trata de uma dose que seja suficiente para inibir a ovulação.
Isso causa alguns efeitos nos níveis dos nossos hormônios, levando ao aumento de uma proteína transportadora, a SHBG, e consequentemente a redução de testosterona livre, além de contribuir para a resistência à insulina. Isso tudo pode gerar problemas como redução de libido, dificuldade em ganhar massa muscular, ganho de peso às custas de gordura, entre outros.
Além disso, os riscos que existem, como de derrame e trombose, são maiores em pessoas com outros problemas de saúde, que hoje são muito comuns, como pressão alta, diabetes, colesterol elevado, histórico de doenças cardiovasculares na família, histórico de trombose, tabagismo, obesidade, enxaqueca. Então tudo isso deve ser levado em conta na hora dessa escolha.
Hoje existem métodos mais seguros, principalmente para essa população com alguma dessas condições, como o DIU, SIU, implanon, que mesmo os que contêm progesterona, se trata de doses menores, efeito mais local e menos sistêmico.
Mas as pílulas orais ainda tem seu lugar, elas também são usadas como tratamento para algumas doenças. Quando falamos de doenças sempre precisamos pesar os riscos e benefícios. Por exemplo na síndrome do ovário policístico, se a paciente não conseguiu regular seu ciclo menstrual com mudanças no estilo de vida, dieta, atividade física, metformina quando indicado, ela não pode ficar sem tratamento. Manter ciclos irregulares ou ficar sem menstruar pode levar ao câncer de endométrio. Nesses casos a pílula também é uma opção válida e eficaz.
No caso de terapia de reposição hormonal, quando bem indicada melhora risco cardiovascular, saúde óssea e sintomas, mas também existem opções melhores hoje como os transdérmicos ou tópicos que também são mais caros, então mais uma vez, os hormônios orais tem seu espaço para aquela pessoa que não pode comprar o adesivo e que pesando riscos e benefícios do uso do hormônio, levando em conta suas comorbidades, foi concluído que valeria a pena.
A mensagem que deve ficar é que sempre devemos considerar a necessidade do tratamento, os riscos para cada paciente específico, as contra-indicações, as condições de acesso e financeiras que podem ser uma limitação para novos métodos. Dessa forma, a pílula pode não ser a primeira escolha, não é para todo mundo, mas tem seu espaço ainda.
Endocrinologista
- Médica - Endocrinologista pelo Hospital da Beneficência Portuguesa de São Paulo - Complementação em Endocrinologia no Hospital das Clínicas da USP - Título de Especialista em Endocrinologia pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia - Residência de Clínica Médica no IAMSPE - Pós Graduação em Nutrologia - ABRAN Página Facebook: Dra. Andrea Moreira Consultório no Campo Belo Medical Center Av. Vereador José Diniz 3457 Conjunto 1411 São Paulo Contato: 1155311712 / 11995077071
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