Quando se trata de saúde, não podemos generalizar. O corpo humano é complexo e cada indivíduo responde de formas diferentes a uma mesma droga, a um mesmo estímulo, a uma mesma doença, uma mesma dieta. Em poucos casos conseguimos usar fluxogramas prontos para tomar alguma conduta na medicina. Com a alimentação não é diferente!
Há pessoas que possuem transtornos alimentares, que são problemas de saúde sérios que devem ser identificados o quanto antes e tratados antes que coloquem a saúde em risco. Nesses casos, a pessoa tem uma relação muito ruim com a comida e uma restrição de calorias ou apenas o fato de estar contando calorias e pensando nisso poderia gerar mais compulsão, piorando o quadro. É necessário tratamento, e em alguns casos, uso de medicamentos e psicoterapia.
Há muitas pessoas que não necessariamente tem uma doença, mas tem uma relação ruim com a comida. Isso vem aumentando cada vez mais por diversos fatores como padrões de beleza impostos pela mídia, dietas da moda, disseminação de informações distorcidas que se espalham rapidamente, as “fake news”, o terrorismo nutricional que leva as pessoas a condenarem determinado tipo de alimento, que estimula a sensação de medo e consequentemente a associação da alimentação com algo ruim. Essa relação deturpada só gera frustração e sofrimento, e deve ser trabalhada com um acompanhamento profissional.
Já a obesidade é outra doença crônica que necessita um tratamento médico adequado que consiste em afastar causas secundárias de ganho de peso, orientações comportamentais, avaliação do metabolismo, exame físico, para então ser traçado uma estratégia para o tratamento. Muitas vezes também é necessário o uso de medicamentos e até cirurgia.
Pacientes que não apresentam nenhuma doença, que tenham uma boa relação com a comida e desejam uma melhora da composição corporal, com uma boa orientação podem estar aptas a dietas mais restritivas e controladas. Quando se quer perder percentual de gordura, aumentar massa muscular ou melhorar performance física, se o paciente está disposto e busca um bom resultado, pode e deve contar suas calorias.
O que se confunde é que não basta apenas contar as calorias. Não adianta comer as determinadas calorias em alimentos que fazem mal, que não vão dar ao corpo os nutrientes necessários (calorias vazias) porque os alimentos geram diferentes respostas metabólicas, que vão muito além das calorias. E também não adianta comer comidas saudáveis mas em uma quantidade excessiva. Dessa forma não é possível modificar a composição corporal. Só perdemos gordura com déficit calórico. Gastando mais do que ingerimos.
Para montar um plano nutricional são calculadas as calorias totais, baseadas no gasto energético de cada um, que pode ser obtido por exames como a bioimpedância ou pode ser calculado. Além disso é calculado o gasto calórico das atividades físicas que são realizadas.
Para perda de gordura, devemos subtrair cerca de 500 Kcal deste valor total para conseguirmos o déficit calórico. Para ganho de massa muscular é feito o oposto, somamos cerca de 500 Kcal para o que chamamos de superávit calórico.
Além disso é calculado a quantidade e proporção adequada dos macronutrientes (carboidratos, gordura e proteína). Nada é aleatório.
O nosso corpo sempre tenta usar estratégias de defesa contra a perda de peso. É uma questão de sobrevivência para ele. A cada Kg de peso perdido, aumenta nossa fome, reduz o metabolismo, tudo isso para manter o peso. Então a melhor forma para driblar esse mecanismo é calculando tudo e seguindo o plano. Dessa forma é possível atingir seus objetivos, perder gordura com o mínimo de perda de massa magra por exemplo, ou um atleta em determinada fase e objetivo.
Seja qual for a situação, o importante é o diagnóstico correto. Há casos não diagnosticado de distúrbios alimentares como compulsão, bulimia, anorexia e outras síndromes, que nós conseguimos identificar e evitar estratégias que podem ser perigosas para esses pacientes. Cada caso é um caso por isso é tão importante a consulta com um médico mesmo antes de iniciar qualquer dieta!
Se relacionar bem com a comida é essencial de qualquer forma. O primeiro passo é aprender, através de uma reeducação alimentar, qual a melhor forma de nutrir nosso corpo de forma prazerosa e eficaz. Se alimentar deve ser um prazer, e quando você se torna consciente do que faz bem, você passa a sentir prazer em comer bem, porque sabe que está fazendo o melhor para você!
Endocrinologista
- Médica - Endocrinologista pelo Hospital da Beneficência Portuguesa de São Paulo - Complementação em Endocrinologia no Hospital das Clínicas da USP - Título de Especialista em Endocrinologia pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia - Residência de Clínica Médica no IAMSPE - Pós Graduação em Nutrologia - ABRAN Página Facebook: Dra. Andrea Moreira Consultório no Campo Belo Medical Center Av. Vereador José Diniz 3457 Conjunto 1411 São Paulo Contato: 1155311712 / 11995077071
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