A Velha e a Morte

Como você tem vivido sua vida? Senta, que lá vem história...



Fria, sem nenhum resquício de alegria. Até poderia já ser dada como morta, não fosse o fraco movimento em seu peito, e uma teimosia rebelde pela busca de ar. Cansada, perdida entre lençóis virgens de amor, definhava uma velha solitária, em seu pequeno quarto de um asilo qualquer.

Quando chegou, ela sentiu um cheiro, não era ruim, também não era bom, mas velho conhecido seu; um misto de talco barato com desesperança. Olhou em volta, desilusão: poucos móveis, uma pequena janela com cortina de flores, outrora colorida. As paredes, tão frias e desbotadas quanto a velha ali deitada.

Então, como um animal espreitando a caça, lentamente a Morte se aproximou da desfalecente senhora.

Ao ver a Morte silenciosa, prostrada ao seu lado, a Velha se assustou! Sabia que ela viria, mas seu frágil ser mantinha alguma falsa esperança de algo ainda resolver.

Com desespero, apontou para o móvel de cabeceira da cama.

A Morte, ao tentar entender seu gesto, foi interrompida pelo vento que soprou forte e abriu a janela mal fechada.

Ao sentir o vento gelado em seu rosto, a pobre velha percebeu o fim e começou a chorar.

E a Morte seguia sem entender. Como pode chorar? Não vês ela que é melhor partir logo a postergar o fingir viver?

E por um longo tempo, talvez horas, permaneceram ambas assim. A Velha a chorar e a Morte a olhar.

Lembrando de outros que tinha que buscar, a Morte resolveu se apressar. E por curiosidade no pranto já resumido em gemidos, a Morte tocou a testa da Velha.

Soube e entendeu… 

A Velha olhava firmemente para a Morte, com olhos de cumplicidade afinal, agora a Morte era sua forma de confessar toda a angústia de um amor verdadeiro ter deixado passar.

A Morte, tomando distância da Velha, se pôs a andar. 

Se alguém visse a cena, diria que a Morte, da Velha, sentia pena. 

De repente ela parou de andar, teve uma ideia. 

Foi até o cômodo que a Velha apontou, abriu a gaveta e para dentro olhou.

Sua justificativa era estar com pressa e a Velha relutante. Novamente, distância da Velha tomou.

A Velha, com o mínimo de vida que lhe restava, olhava a sorrir. Não era mais a Morte que via, e sim, o lindo homem de cabelos e olhos escuros a lhe sorrir. Sem hesitar, para o Homem estendeu a mão.

Jaz a Velha deitada, com sorriso gelado no rosto, enganada pelo lábio venenoso de uma morte cruel. Ou, agradecida pela generosidade da sua Morte amiga?

 

FIM!

Moral da história: de forma responsável e consciente, viva bem o hoje. Não temos nada além do presente. E o amanhã, raramente possibilita corrigir rascunhos de arrependimentos.

Como você tem vivido sua vida? Estás ciente que um dia a morte chega? E neste dia, o que quer ter em mente, gratidão ou arrependimento?

A regra é clara e simples: SÓ DEPENDE DE VOCÊ!


Valeria Machado

Analista Corporal e Comportamental

Especialista em Coaching e Desenvolvimento Humano, Analista Corporal e Comportamental. Telefone (42) 9 88187900  




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