Pechincha ou Prejuízo?

Você já contabilizou seus gastos nesse período de isolamento?



Fique em casa! Ótima oportunidade para que você coloque em prática algumas atividades como por exemplo organizar as finanças da família.

Mas, para algumas pessoas essa é uma tarefa quase impossível! Por quê?

Porque somos seres de hábitos e hábitos são reincidentes. Se você não reconhece, não percebe que está fazendo de novo e não monitora a tendência é repeti-los sem perceber.

O primeiro ponto então é conhecer seus hábitos financeiros para depois que ele esteja identificado, aí sim, você possa monitorar, mensurar e reorganizar ou reorientar seu comportamento financeiro.

O que aconteceu com esse isolamento social em termos financeiros?

De um lado pessoas sem recursos para gastar, tanto pela falta de dinheiro como pela falta de oportunidade. Isso fez com que não comprassem? Não!

De outro, pessoas com algum recurso e prontas para apertar todos os cliques de compras pela internet.

O que aconteceu então?

O isolamento social trouxe à tona mais uma vez o que já havíamos constatado: a falta da educação financeira em nosso país piora os problemas financeiros. Agrava de maneira tal que, somado aos problemas de saúde mental, levou a falência financeira de algumas pessoas.

Por estarem “isoladas” (isso é um fato, mas não é desculpa) algumas pessoas se utilizaram da oportunidade de terem em mãos todos os “prazeres” disponíveis na internet e acessíveis a um clique.

Compras e mais compras, sem nem ao menos se perguntar: “eu preciso disso”? É fácil consumir, só digitar o número do cartão de crédito ou da senha do débito.

As compras? Vamos avaliar as necessidades.

Segundo a Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) 61% dos consumidores aumentaram o volume de compras durante a pandemia, seja por não poderem sair para fazer compras ou porque o isolamento social trouxe essa ferramenta como uma oportunidade de continuar consumindo, mesmo em casa, para não perder o hábito!

Os recordes de aumento de vendas? Vamos a alguns dados: (pesquisa realizada pela Criteo)
– 722% snacks (incluindo salgadinhos, chocolates, biscoitos)
– 513% pulseiras inteligentes para medir batimentos cardíacos, contadores de passos e calorias
– 387% produtos para yoga e pilates
– 315% jogos eletrônicos (vídeo games)
– 193% roteadores e repetidores de sinal
– 191% televisores
– 169% laptops

Nessa quarentena, os serviços de delivery viraram “serviços essenciais” e quem não tinha, passou a ter. Até sua loja de roupas da esquina!

E comprou-se de tudo:

– e-books por 1,00 (“ah, tá tão barato”)
– cursos on-line (“preciso me capacitar para poder competir”)
– artigos de cozinha (“estou aprendendo novas receitas”)
– livros (“vou aproveitar para ler, mas tenho que comprar 3 para não pagar o frete”)
– equipamentos de ginástica (“agora que estou em casa e tenho tempo vou me exercitar”)
– instrumentos musicais (“sempre quis aprender violão”)
– kit cabeleireiro (“eu mesmo posso aparar as pontas dos cabelos”)
– aspirador de pó automático (“vai facilitar a faxina porque não tenho diarista”)
– Lava-louça (“vai agilizar meu tempo na cozinha”)

A lista é grande e para todas as compras vamos arrumar uma “justificativa”, não tenha dúvida!

Mas a pergunta é: como você vai dar conta de pagar tudo isso se esses produtos não estavam em seu orçamento, não sabe se terá emprego pós pandemia, se já estava desempregado e agora nem sabe como vai pagar os boletos que teimam em chegar por debaixo da sua porta?!

Calma! Não é simples mas é possível tomar algumas atitudes para minimizar os efeitos desse desastre.

Primeiro, liste tudo o que você comprou: virtual ou físico

Virtual – veja qual a real utilidade dessas compras, em alguns casos de cursos que tenham assinatura você possa cancelar ou outro serviço que tenha realizado assinatura e agora pensou bem e não precisa.

Físicos – da mesma forma, avalia a real necessidade e então coloque-os à venda para obter ao menos o valor que pagou de volta. Mesmo que venda um pouco abaixo, ao menos não estará o objeto parado em casa sem uso e o dinheiro parado sem render.

E comece imediatamente a reavaliar todos os custos da sua “empresa-casa”.
Coloque tudo no papel, faça um orçamento viável para manter o mínimo conforto da família nos itens essenciais.

Nesse momento, em alguns casos a estratégia é de sobrevivência. É preciso priorizar todas as coisas básicas: para manter-se vivo o essencial é alimentação e o abrigo da família. Os outros itens vão sendo agregados conforme a necessidade.

Faça lista de compras para ir ao mercado e se atenha a lista. Se sair da lista que seja para aproveitar produtos que estejam perto do vencimento mas ainda próprio para consumo e em promoção. Mas nada de estoque agora, isso seria dinheiro imobilizado ou dinheiro jogado fora se deixar passar a validade.

Não consuma toda a sua reserva de emergência (para quem tem), lembra da fábula da Cigarra e a Formiga?

Estamos num “inverno rigoroso agora” e lá fora o sol brilha todos os dias, mas ainda não podemos sair para brincar. As Cigarras que ousaram sair, estão com as asas queimadas agora.

As Formigas? Bem, essas continuam cuidado da sua família até que tudo isso passe.

E você, já contabilizou os gastos nesse período de isolamento?


Luci Tanaka

Psicóloga

Psicóloga, com Especialização em TCC – Terapia Cognitiva Comportamental, Pedagoga, Sócia da Empresa Luci Tanaka Treinamento e Consultoria Organizacional. Atua em atendimento clínico em psicoterapia e terapia financeira, ministra cursos e palestras na área de Empreendedorismo e outros temas para o desenvolvimento das pessoas e nas organizações. Facilitadora da Metodologia EMPRETEC, pelo Sebrae e Educadora Financeira.




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