Novembro de 2014. Eu era funcionária de uma escola de idiomas há 5 anos e naquele momento, era gestora de 2 unidades. Tinha um salário razoável, recebia ele todo final do mês. Tinha férias, 13 salário, fundo de garantia e todas aquelas facilidades de ser funcionária, mas, eu não estava mais feliz.
Não tinha mais motivos para permanecer onde estava e eu queria mais, queria ir além, queria voar.
Com o apoio do meu marido, resolvi empreender.
Quando contei pra família que eu tinha pedido demissão, a primeira que me fizeram foi: “ e vai fazer o quê?”
Eu esperava apoio, palavras de incentivo, coisas do tipo : “conta comigo!”, “vai dar tudo certo!”, “que bacana, tem mais é que fazer isso mesmo!”.
Mas nada disso aconteceu. Não pense que ouvi coisas contrárias das quais descrevi acima… a verdade é que eu não ouvi nada. Como retorno eu recebia o silêncio e um semblante facial de desaprovação.
A falta de apoio veio de diversas formas:
Falavam mal de mim e da minha decisão entre a família, nunca diretamente para mim. Diziam por aí que era mais uma coisa que eu estava inventando, que era fogo de palha, que isso não ia durar.
Não sabiam nada sobre o meu trabalho e nem se interessavam por saber.
Não compartilhavam absolutamente nada do que eu postava nas redes sociais: compartilhavam receitas que nunca fizeram na vida, compartilhavam piadas, compartilhavam as diversas formas de usar um cachecol mas NUNCA compartilharam nada do que eu divulgava a respeito do meu trabalho.
As poucas vezes que eu compartilhava com a família sobre um novo cliente, sobre uma vitória, sobre um avanço, eu não recebia nenhum tipo de expressão de apoio, orgulho, incentivo. Nada.
Doeu. Doeu muito. Sofri, sofri muito. Chorei. Ah, como eu chorei.
Esse sentimento se estendeu por muito tempo. Eu não achava que precisavam concordar com minha decisão, mas que pudessem pelo menos me apoiar, incentivar, se orgulhar. Mas nada.
O tempo foi passando e fui aprendendo a lidar com tudo isso.
Primeiro: não podia criar expectativas. Não tinha controle sobre os outros, sobre a reação e pensamento das outras pessoas, então, por que perder tempo com isso?
Segundo: quando comecei a entender os meus valores e os valores das outras pessoas, me propus a enxergar como eles enxergavam a minha escolha, a minha situação. Cada pessoa pensa e age conforme suas crenças, conforme aquilo que é importante para sua vida: alguns precisam de segurança, estabilidade, outros de crescimento contínuo, liberdade, contribuição (e segue a lista).
Terceiro: eu não podia querer que pessoas que possuem valores como segurança e estabilidade, que trabalham quase que a vida toda na mesma empresa, que valorizam o salário certinho no final do mês mesmo que não fossem realmente realizadas com aquilo que fazem, fossem entender que eu, com 2 filhos pequenos, iria criar meu próprio emprego, trabalhar para mim, sem ter meu salário fixo no final do mês e suscetível a passar por uma série de dificuldades, sendo as mais temidas, faltar $ para o básico: comida, casa, contas pagas.
Quarto: aprendi a viver sem a necessidade de aprovação dos outros, afinal de contas, eu não estava empreendendo para agradar os outros, mas sim, agradar a mim mesma, realizar meus sonhos, viver o que eu acredito que seja o melhor pra mim, usar o meu potencial, talento e conhecimento a meu favor e a favor de outras pessoas.
Quinto: eu entendi que essa reação deles, aquilo que eu interpretava como “falta de apoio”, nada mais era do que uma forma de se preocupar comigo. Era a forma que eles encontravam de me proteger de dificuldades, de me poupar de sofrimento. No fundo, essa era a forma deles demonstrarem seu amor por mim. Se para eles sempre deu certo serem funcionários, se eles construíram suas vidas dessa forma, eles acreditam que é assim que dá certo, porque é essa a experiência deles, a realidade deles.
Então, se nesse momento você está passando por esse tipo de situação, seguem as dicas para amenizar essa dor ou desconforto que a falta de apoio da família possa estar te causando:
Espero que a minha experiência e as minhas dicas, possam tornar a sua caminhada mais confortável e focada no que realmente é importante: você, sua empresa e os resultados que você entrega para seus clientes.
Dentro de mim, tenho a certeza de que não tenho concorrentes, só estou competindo contra mim mesmo!
Nem sempre quem tem algum vício de linguagem percebe, mas para quem ouve chega a ser insuportável, muitas vezes
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