Você é livre para escolher?

Sua vida realmente lhe pertence?



Essa pergunta é mesmo intrigante, não é?!

O Ser Humano nasce livre, porém, durante seus primeiros anos de vida ele é dependente de alguém, de um cuidador para atender suas necessidades básicas, de alguém que possa ensinar-lhe primeiro a sobrevivência. E lá se vão alguns anos de sua vida.

E aí é que está o problema: como é esse ensinamento? Como se dá esse processo de modelagem? 

Modelação é um processo de modificação comportamental que envolve imitação. Nesse caso, os novos comportamentos são aprendidos a partir da observação de outras pessoas, do exemplo de outras pessoas com as quais se convive. 

Nesse processo ainda estão como base de contribuição a família, a escola, os amigos, a religião, a sociedade onde se está inserido, a cultura, o local onde se vive.

Mas, partindo do princípio onde um cuidador é o responsável, será que essa pessoa está preparada para realizar as quatro principais tarefas para criar e educar um novo ser, uma criança saudável para a vida?

E quais são essas quatro principais tarefas nesse processo de educação?

  • Amar – o amor é o maior dos sentimentos, sublime. Ensinar a amar.
  • Educar – ensinar coisas básicas como comer, falar, andar, viver e se comportar em sociedade.
  • Proteger – estar junto da criança a fim de protegê-la, principalmente de adultos despreparados e/ou mal-intencionados.
  • Encaminhar – uma criança deve ser ensinada a querer viver, com intensidade, com responsabilidade pela própria vida. Deve ser ensinada a fazer escolhas para sua própria vida.

Acontece que muitas vezes, devido a erros passados de geração a geração, adultos despreparados ou mal-intencionados se tornam os “cuidadores” de uma criança. E lamentavelmente acabam gerando prejuízos na vida dessa criança.

Geram cobranças, medos, alienação, dependência emocional, falta de ambição.

O adulto despreparado ou mal-intencionado.

Há anos estamos vivendo momentos de falha no processo de ensino-aprendizagem-modelagem. E continuamos reproduzindo esse modelo em escala.

A luta pela igualdade fez com que as mulheres abandonassem a maternidade na origem. Aqui abro um ( ) parênteses para explicar que minha colocação em nada tem um discurso feminista. Apenas registrar que a maternidade, em sua essência, requer da mulher-mãe uma dedicação em tempo integral para cuidar da criança. Ela, a mãe, é a melhor pessoa para desempenhar esse papel.

E essa ausência da figura materna abre a porta para que adultos despreparados ou mal-intencionados se aproximem dessa criança e possam causar danos e traumas que muitas vezes se transformarão em abismos emocionais.

Um adulto despreparado não compreende a importância das quatro fases, nem da sua responsabilidade e acaba negligenciando os cuidados à criança e muitas vezes terceirizando esses cuidados básicos. 

Já o adulto mal-intencionado sabe, tem consciência dos seus atos, mas não se importa com o que vai causar na vida dessa criança, imaginando que seus atos não são registrados ou que podem ser esquecidos. Na lista dos atos do adulto mal-intencionado estão, por exemplo, a violência verbal, física, aliciamento e outros atos que colocam em risco a saúde emocional e o desenvolvimento saudável da criança.

E o que tudo isso tem a ver com ser livre para fazer escolhas saudáveis? 

Se erramos na base, nos cuidados, na educação, seguimos errando nos exemplos e cobrando da criança sua adequação aos modelos apresentados e tolhemos a liberdade de escolha desde o princípio. 

Um adulto saudável é formado ainda na infância, quando oportunizamos a criança conhecer várias possibilidades de desenvolvimento cognitivo, talentos e damos a ela a opção de escolher o que quer fazer. Ensinar a escolher!

Damos a liberdade de escolha e não cobramos uma escolha para agradar e atender a expectativa dos pais e familiares, gerando débitos e dependência emocional. Uma fatura injusta, visto que filho não deve pais.

Devemos respeitar e apoiar suas escolhas e devemos encaminhá-la para a vida com a certeza de que ela pode e deve escolher a própria vida. Ter desejos e ambição por realizá-los. 

Mas, o que é bem comum de se ver é, por não sermos também adultos saudáveis, porque passamos e reproduzimos o mesmo processo devido a falha em nossa própria educação, reproduzimos as cobranças de uma dívida ilegítima.
Criamos filhos fracos, dependentes, imaturos, medrosos e ainda colocamos neles a responsabilidade de voltar para cuidar dos pais, avós, como se fosse uma obrigação e o pagamento daquela fatura gerada pelos cuidados obtidos.
Ou os prendemos em gaiolas abertas porque sabemos que pássaro de asa cortada não voa. 

Um adulto saudável aprende que tem a liberdade e a responsabilidade sobre suas escolhas! Aprende a ser criterioso e a planejar suas conquistas. 

Aprende a escolher a vida que deseja ter!


Luci Tanaka

Psicóloga

Psicóloga, com Especialização em TCC – Terapia Cognitiva Comportamental, Pedagoga, Sócia da Empresa Luci Tanaka Treinamento e Consultoria Organizacional. Atua em atendimento clínico em psicoterapia e terapia financeira, ministra cursos e palestras na área de Empreendedorismo e outros temas para o desenvolvimento das pessoas e nas organizações. Facilitadora da Metodologia EMPRETEC, pelo Sebrae e Educadora Financeira.




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