Finzinho da Geração X, início dos Milleniuns, 1984. Foi exatamente a partir deste ano, que minha memória passou a ser contínua, me lembro da minha vida desde então. Antes disso, somente fragmentos no tempo.
Vivia rodeada de trapos e pedaços de pano, pegava as sobras da costureira para fazer roupinhas de boneca. Brincava por horas no mundo da fantasia e da criatividade, tinha um caderno com desenhos dos modelitos, e meu mundo cor de rosa sempre foi protegido pelo Ken.
Enquanto isso, no outro lado da rua, minha irmã, dois anos e meio mais nova que eu, vivia de joelho ralado, com uma bola na mão e patins nos pés. Era amiga da gurizada e dividia aventuras sempre em cima de algum tipo de par de rodas.
Para brincar de casinha, basta você. No seu mundo, a interação é entre você e os arquétipos que escolheres. Controle total do lance todo.
Medo. Vergonha.
No fundo eu invejava minha irmã mais nova. Como ela conseguia ser assim? Lidar com tanta gente diferente, se divertir, ser tão vulnerável e voltar pra casa imunda, mas com um sorrisão no rosto. Não que eu não fosse feliz no meu mundo encantado, mas era diferente, eu queria muito poder sentir o que ela sentia, essa adrenalina, conexão com o mundo real, se jogar para o novo. Mas o medo me impedia, a vergonha me bloqueava.
A Neurociência explica.
Na verdade, o medo que eu sentia, era uma antecipação a um possível sentimento negativo. Eu tinha medo de que algo me acontecesse e sem querer sentir algo que minha mente havia criado, eu preferia fugir daquilo.
Já o cérebro da minha irmã, trabalhava de forma contrária, ela encarava o sentimento primeiro, que no fim sempre era estimulante positivo, para bloquear o medo de antemão!
Como muito do que somos é resultado das pessoas que mais convivemos, a maioria dos meus medos foram superados pelo convívio com pessoas como a minha amada irmã. Pessoas que me impulsionam, que me tiram da zona de conforto, que me mostram o novo e eu digo SIM.
Cada dia mais abusada.
Hoje nós duas saltamos juntas de uma tirolesa em meio a Serra da Mantiqueira, divisa de São Paulo com Minas Gerais. Um quilômetro de aventura voadora, deitada, chovia e ventava muito. Fiz o percurso de braços abertos, corajosa, e apreciando enquanto agradecia as bênçãos que a vulnerabilidade nos traz. Mas é claro, passei rímel, e estava de unhas pintadas e vestindo calças que não combinavam com a aventura, mas estava lá, entregue!
Viva as diferenças, viva as interferências, viva a consciência. Um viva às pessoas incríveis que fazem do nosso convívio, um mundo de cor, de amor e superação.
Reflita sobre o quanto podemos absorver de quem está grudadinho conosco, agradeça, e pegue emprestado pra você, tudo aquilo que faz seus olhos brilharem através do outro.
Valeu mana. Você é demais!
Treinadora Comportamental
- Educadora Cultural e empresária no ramo educacional há 28 anos. - Formada em Letras com especialização em Gestão Escolar. - Pós graduanda pela PUCRS em Neurociência e Comportamento. - Positive Coach e Master em Programação Neurolinguística. -Fundadora do Projeto A.Cor.Da! para jovens adolescentes e professores "Busco a felicidade e inspiro pessoas a fazerem o mesmo. Amor próprio, autoconhecimento e aprendizado constante nos levam à plenitude."
Dentro de mim, tenho a certeza de que não tenho concorrentes, só estou competindo contra mim mesmo!
Nem sempre quem tem algum vício de linguagem percebe, mas para quem ouve chega a ser insuportável, muitas vezes
NOVO ENDEREÇO
Av Santa Catarina, 861- sala 14
Vila Mascote, São Paulo - SP, 04378-300
2022 - Instituto Life Coaching